Asmodeu

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O laivo negro sob meu olho esquerdo
É tudo que me resta doutros dias:
Um filho deste mundo, que cá havia
Bem antes de eu nascer, num tempo negro.

Ele é o Nefasto em meu pagão desejo
E há de apagar-me, tal qual se fazia
Naquele tempo ao qual sua alegria
Pulsava de tão imensurável medo.

Agora, o que há de podre ele devora
E me atormenta, ao pé da madrugada.
Ferido, eu vou curar-me em seu altar

E juntos renascemos toda aurora.
Pois tal demônio é meio-irmão de raça
E dá-me, em sonho, a sede de matar.

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