O Verme Primata

Author: Hélio / Marcadores:


A luz no fim do túnel, tão obscura,
Se vai à D’Alva, aquela estrela impura.
Pois o cadáver em sublimação
Aos vermes do luar há de ir, em gozo;
Levá-los-á, no fundo de seu poço,

À alma em perpétua decomposição.
A antibioses dos celenterados
Que da soberba de fatais macacos
Se faz findar de impérios imortais.
A tênia parasita do destino
De nosso Deus, a prole do intestino...
Nós somos as bactérias divinais!

E a ameba, aquela deusa do mundano?
Governa de meu corpo o lixo humano,
Corrompendo os primatas lentamente,
São só mais uma força entre eles,
Tal qual a gravidade de seus deuses,
Tal qual o espaço tempo tão latente.

2 comentários:

Prof Railton Nascimento Souza disse...

Hélio, parabéns! Num mundo onde todos estão chafurdados no imediato, na objetividade do concreto, no fisiocratismo no mercado, na eficiência e eficácia da técnica-produção-circulação-consumo de produtos e de pessoas,num mundo onde a subjevidade criadora foi sacrificada e teve seu sangue vertido nos altares dos burocratas controladores e fazedores de regras, apararece você: tão jovem, tão inquieto, tão corajoso e verdadeiro a produzir, a criar, a poetar, a escrever. Parabéns! Vi todos os poemas. São muito bons. Saiba que essa imagem do verme a mim disse muito. Não saberia enumerar tantos e tantos, infelizmente, nesse mundo, que para mim estão representados nessa nefasta face. A vida está pulsando, a vida urge, o tempo é agora. Viva, viva e viva!

Não importa disse...

Ah... seus poemas me lembram tanto poetas que já morreram. Fiquei com medo da imagem.

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