A Razão do Mascarado

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O rosto, maltratado pelo tempo,
- A máscara mortuária do passado -
Sem dentes, boquiaberto, em fusco espasmo,
Exclama, em nomes mortos, contra o vento.

Cadáver insepulto que, sofrendo,
Recorda os idos dias de soldado.
Guerreiro velho franj desprestigiado
Tão olvidado, feito de excremento.

Desperto, ó, besta bárbaro, da tumba.
No qual te faz um vácuo, repentino
O insólito siroco, a voraz glória.

Dormente entre os teus ossos, de profunda
E artroz futilidade. Teu destino,
Escrito em bocas vãs, te grita: Ebola.

1 comentários:

ana wagner disse...

Uma coisa que me impressiona é a tua riqueza de palavras, coisa de quem lê muito! Um vocabulário assim tão rico é tudo para um poeta!
Parabéns!
AW

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